O sucesso das estatinas na redução de eventos relacionados com a aterosclerose elevou rapidamente esses remédios à classe de "medicamentos maravilhosos", com alguns cientistas e médicos defendendo sua utilização mais ampla como uma terapia preventiva para as doenças cardiovasculares.
Usar estatinas, no entanto, pode ter efeitos colaterais, incluindo a perda de memória, problemas musculares e o aumento do risco de diabetes.
Um novo estudo publicado no American Journal of Physiology explica por que as estatinas são benéficas em alguns casos, mas não em outros.
Os autores destacam a importância de ponderar o risco individual quando se considera tomar estatinas como medida preventiva.
Células-tronco mesenquimais
A aterosclerose se desenvolve quando se formam placas no interior dos vasos sanguíneos, que podem levar a ataques cardíacos, acidente vascular cerebral e morte. As estatinas diminuem o risco bloqueando a produção de colesterol no fígado, reduzindo o chamado "colesterol ruim".
O que os pesquisadores descobriram agora é que o uso de estatinas a longo prazo impede que as células-tronco mesenquimais (MSCs), que são encontradas por todo o corpo, transformem-se em macrófagos.
Os macrófagos ingerem depósitos de gordura ao longo da parede dos vasos sanguíneos e atraem para o local da lesão mais macrófagos, outras células e proteínas que cuidam das inflamações. Isto pode reduzir a inflamação e melhorar a estabilidade das placas em pacientes com doença cardiovascular.
Inadequadas como medicamento preventivo
Mais ainda, as estatinas também impedem que as MSCs se tornem células dos ossos e cartilagens, aumentam o envelhecimento e a taxa de morte das MSCs e reduzem sua capacidade de reparar o DNA.
"Embora o efeito sobre a diferenciação dos macrófagos explique o lado benéfico das estatinas, seu impacto sobre outras propriedades biológicas das células-tronco dá uma nova explicação para os seus efeitos clínicos adversos," escrevem Reza Izadpanah e seus colegas da Universidade de Tulane (EUA).
Assim, de acordo com estes novos resultados, a terapia com estatinas beneficia indivíduos com aterosclerose, mas, por causa de seus efeitos sobre as células-tronco, podem não ser apropriadas como uma medida preventiva para aqueles que não têm doença cardiovascular, escreveram os pesquisadores.
21/09/2015 - Diário da Saúde
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